Eu invadi os seus
segredos de alma e corpo, inteira
a lua cheia de medos teimava em te mostrar
o anjo puro sentado na janela da sua sala de estar
buscando a revelação sobre as nossas amendoeiras
dizendo: eu nunca te quis mal
comendo a erva daninha plantada em seu quintal
não percebeu o encanto cultivado a vida inteira
recusou o cheiro das flores, ignorou o umbral
matou a rosa branca brotando em sua antiga soleira
talvez porque não me queira metade do seu jardim
por que debruçou em mim o que deveras plantava
Em dias claros serenos o que eu não mais almejava?
Em teus braços clamei, noites e dias passados
chorei choros embriagados, laços e nós desatados
em luas e verbos estranhos sonhando o que mais desejava
o aroma da flor definhou sob escuridão tão constante
as amêndoas que esperavam você: apenas um sonho errante
eu sigo entoando minha fé nas cordas de um delírio inaudível
saberei sempre quem você é nas sombras do meu sonho impossível.
Fonte da imagem:google