quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Deslumbrado

Aquela estrela vermelha
caindo no meio do oceano
foi um tremendo engano,

era meu olhar alucinado
com você ao meu lado
à lamber minha orelha,

havia uma fogueira incandescente
nos olhando demente no exato momento
que eu te lambuzava de ungüento,

e nesse mesmo instante a estrela vermelha
explodiu-se no mar chuviscando ardência
nos quatro cantos do mundo da minha ilusão
de prazer sem razão, e aflita querência.


maria Júlia Pontes

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Segunda Antologia Literária Feminina "Mulheres Nuas" 

Organizador: Paulinho Dhi Andrade
Sinopse: 
Várias poetisas se reuniram numa antologia poética para mostrarem suas obras, e também num ato solidário ao próximo, arrecadarem verbas para doação a um Instituto de combate ao câncer de mama.
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Preço de venda (Versão impressa): R$ 31,04
Edição: (1) (2017) 
Número de páginas : 147
Tópicos: PoesiaArtes e Entretenimento .
Palavras-chave: 
Encontre o livro no Site do Clube de Autores: https://clubedeautores.com.br/backstage/my_books/225971



...Segue alguns nomes de participantes:
...Allanna Menezes, Barbara Leite, Sônia Sonia Cancine, Rosangela Primo, Maria Ligia Ueno, Cristhina Rangel, Rita Medusa, Angela Oiticica, Heloisa Galves, Ivone Fs, Ana Cristina Martins, Larissa Marques, Iriene Borges, Flá Perez, Lili Ribeiro, Érica Cristiane, Maria Júlia Pontes, Marcia Mattoso, Regina Zamora, Jessiely Pinheiro, Betty Vidigal, Li Nardi, Clau Assi, Mônica San, Ruth Cassab Brolio, Mariângela Padilha, Rosa Cardoso, Camila Carolina Bonfim,
Alana Nunes...



   RELAÇÃO DAS EXPOSIÇÕES JÁ REALIZADAS:
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    Exposição Mulheres Nuas" Poupatempo Corínthians Itaquera SP
Participação com poesias - Exposição Organizada Por Paulinho Dhi Andrade

    Exposição "Mulheres Nuas"Biblioteca UFMA Imperatriz do Maranhão
Participação com poesias - Exposição idealizada por Paulinho Dhi Andrade - Organizada por Alanna Sanches
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    Exposição"Mulheres Nuas"CDC Tide Setubal São Miguel Paulista SP
Participação com poesias - Organização Paulinho Dhi Andrade
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    Exposição "Mulheres Nuas" Biblioteca do Paraná
Participação com poesias - Exposição Idealizada por Paulinho Dhi Andrade - Organizada por Iriene Borgese e Liliane Jochelavicius
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    Exposição "Mulheres Nuas"- SALIMP
Participação com poesias - Exposição idealizada por Paulinho Dhi Andrade - Organizada por Alanna Sanches
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    Exposição "Mulheres Nuas"- São Miguel Paulista SP 18 a 20 de 2010
Participação com poesias - Exposição organizada por Paulinho Dhi Andrade
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    Exposição"Mulheres Nuas"- Centro Cultural Guaianazes Lajeado – SP
Participação com poesias - Exposição organizada por Paulinho Dhi Andrade
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    Exposição"Mulheres Nuas"- Biblioteca Vicente Paulo Guimarães SP 19 março de 2010
Participação com poesias - Exposição organizada por Paulinho Dhi Andrade

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   Exposição "Mulheres Nuas"EMEF Pe. Emílio Miotti SP 18 março de 2010 Participação com poesias - Exposição organizada por Paulinho Dhi Andrade e Aline Nardi


Encontre o livro no Site do Clube de Autores: 
https://clubedeautores.com.br/backstage/my_books/225971
Encontre o organizador no Facebook: 
https://www.facebook.com/paulinhodhi.andrade
Fanpage da Antologia:
https://www.facebook.com/Exposi%C3%A7%C3%A3o-Liter%C3%A1ria-Feminina-Mulheres-Nuas-221383191333301/?fref=ts

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Alagamento


Ai de mim que tenho sido nuvem,
Passo à passo desencadeio-me
Sombra.

Ai te ti que tens sido chuva,
Gota à gota te descubro:
Inundação.

E juntas se vão
Nuvem, chuva
E vão,


Entre o querer e nada ter,
O ser, e nada sou,
Você,
Nuvem de algodão,
Simples assim:

_Ai de ti.
_Ai de mim.

Somos neste momento
Mero alagamento.





domingo, 3 de março de 2013

Inaudível





Eu invadi os seus segredos de alma e corpo, inteira
a lua cheia de medos teimava em te mostrar
o anjo puro sentado na janela da sua sala de estar
buscando a revelação sobre as nossas amendoeiras

dizendo: eu nunca te quis mal

comendo a erva daninha plantada em seu quintal
não percebeu o encanto cultivado a vida inteira
recusou o cheiro das flores, ignorou o umbral
matou a rosa branca brotando em sua antiga soleira

talvez porque não me queira metade do seu jardim
por que debruçou em mim o que deveras plantava
Em dias claros serenos o que eu não mais almejava?

Em teus braços clamei, noites e dias passados
chorei choros embriagados, laços e nós desatados
em luas e verbos estranhos sonhando o que mais desejava

o aroma da flor definhou sob escuridão tão constante
as amêndoas que esperavam você: apenas um sonho errante
eu sigo entoando minha fé nas cordas de um delírio inaudível
saberei sempre quem você é nas sombras do meu sonho impossível.



Fonte da imagem:google




Que dor é essa que o odor da pele
Impregna as narinas e a respiração falha

De onde vem e enviada por quem
Essa dor de soluço e lembrança

Que me seca a boca e retalha a língua
 Essa dor de navalha

E o dia é torto, o corpo já morto
De quem não mais acredita

Que perseverança maldita
Que não cabe em poema

E que me faz tão silêncio
Enquanto a alma blasfema

E não há respostas nos livros
Falta verbo, falta fonema

E que na falta é penúria
Privação que me xinga

E parece mandinga
Que até a fúria se esvai

Só a dor não me falta
Ela chega e não sai.


Imagem: Oil on canvas, 18 x 24 inches by Chistophe Vacher





Desolada-mente


 O coração está penso
 Castrei o que queres ouvir
 Não ouvirás o que penso
 Tampouco o que é porvir.

 Mas veja o bom lado de tudo
 O que era ardor ficou mudo
 Arranhei as cordas vocais
 Nas farpas dos teus varais

 Não sei mais fazer poema
 Estou farta de tanto esquema
Meus verbos embolorados
 Num canto todos jogados

 Esta noite rasguei as cartas
 Não poupei as fotografias
 Muito menos o relicário
E queimei o meu dicionário

 Não há mais nada a temer
 Das minhas palavras estranhas
 Da minha saudade tamanha
 Que pra sempre fiz morrer.

 (foto de Ju freitas) fonte- Blogspot.com

domingo, 9 de outubro de 2011

Inversiva

Imagem : Gustav Klimt


Mas do que é feita minha loucura
Senão de doses gritantes
De vontades efêmeras
E minha brancura?

E se fosse de fissura
Pelo teu sêmen
Gotejando paredes
Que nunca temem
Exímias sedes?

E se por acaso fosse do emaranhado
De extintas redes que nunca deitaste
E cativo ficasse deslizando pernas e músculos
A procurar crepúsculos nunca sonhados
E se enroscasse em minha metátese?

domingo, 12 de junho de 2011

Acróstico em b sustenido quase perdido_______







Embaraço de línguas entornadas
Deliberados afagos nas madrugadas
Where have we been?
Atrasos e desencontros sem fim
Rupturas no passado
Dilema cumprido atrasado

Risadas, música e vinho
Incertezas de vidas em desalinho
Cumplicidade sem certeza alguma
Hora secreta se consuma
Além de cortinas e medos
Rubores entremeiam segredos
De amor que nasceu em vinhedos

Batiza-me com seu nome em Bê
Amortiza meus prantos aninhados
Término de dor que não vê
Te sinto tão leve chegando

Indícios de nós desejados
Suspiro regressos sonhados
Trazendo o amor sussurrando
Início de tempos passados.

domingo, 22 de maio de 2011

Súbito ______




Porque a escrita me vem como tornados,
Impulsos acirandados,
Entrecortada por palavras intuitivas
Contradizendo sensações assertivas,

Antigas imagens das praças
Manifestos escritos secretos
Bala na agulha da fala,
Valores circunspetos,
Verbo deitado em quiçaças
cantiga escorrendo na vala,


E me vem sem aviso nenhum
As cores pichadas nos muros
Andantes vivendo em jejum

Feridas corroendo os tecidos
Coração na boca esquecido
Furores de tempo e medida
Versando apetite de vida.

domingo, 24 de abril de 2011

Vergasta__




O que me circunda em noites assim; mudas
É meu grito sufocado , e chegam feito Judas
Essas noites de 30 moedas de prata
Ardendo a dor da chibata.

Irresoluto


Passo noites a velar sua repentina aparição
E de sonhos subitamente abreviados
vive a sonhar sem paciência o coração,
mantendo vontades e medos despertados,

agora o rio vai desaguar no mar
transbordando o pensamento
pro meu desejo o seu abarcar
vem! E livre-me do afogamento

Pois a demora da presença
Não sabe contar minutos
Não sabe somar descrença
Dos quereres irresolutos.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Seu verbo entornou



Não me diga nada
O seu verbo entornou
E a sensação definhou-se,

Não te direi uma plavra
Escassei os adjetivos
Em frases mal lidas
E desvalorizadas,

Hoje só vejo o engano
Que plantei por acreditar,

Não creio mais em mim,
Passei borracha e apaguei tudo
Meus sinônimos estão mudos
Nunca mais escreverei com as veias,

Os amores que reguei dias a fio
Fizeram-me crer que a pena valeria

Você está certo,
Não se apaixone, apenas deguste vinhos
E momentos que se diluirão assim que
Recobrares a consciência.

Amar exige paciência.
Dane-se com a sua falta de vocação.

Máculas



As sombras das máculas
Rondam o desespero dos erros.

Amargam em pares
Desterros seculares
Em línguas vernáculas.

Adjetivos repousam
Após o enterro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Non dimenticarti di me




Que os armários se abram
Na sua procura tardia
Da nossa bela fotografia,

E que todos os filmes ultrapassados
Rasguem seu peito em paúra
Você compreende amore _ terrore
Alado surto de amargura – amarezza

O toque dos sinos anuncia nossa tristeza
Pelos arredores dos tempos (di)versos
Desconjugo todos os verbos cativos
E gritos de desesperos adotivos

Sonhos em águas turvas imersos
Candura de amor controverso
Versado em total nostalgia
Relembrado tal qual bulimia.

Mas, teimo em pedir a você:
- Non dimenticarti di me.


ppp@rbsb

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sonhos mofados





Os meus sonhos
Mofaram na cesta
Do café de amanhã,

Minha boca calou-se
E o sorriso esvaneceu
Hoje, após o jantar,

O olhar sem lume
Vaga,

A doçura que ainda restava
Paga,

Não há precipício
Ou lugar propício
Para as mágoas,

Talvez se afoguem
No rio Tietê,

Eu, Marginal
Dos meus
Sonhos

Sangrarei com
Três cortes
De cada lado
Para que seus
Desejos
Fluam.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Do que não escrevi nos muros dos colégios




É a noite que revira
Sem escrúpulos o afã
Enroscado nos muros
Dos colégios no mês de julho,

É ainda noite
Quando arrepios
Em forma de titãs
Estremecem desejos régios,

Enquanto ladram os cães
Reviram vontades de apenas ser
Num sonhado alvorecer
A rosa de Guimarães.

sábado, 17 de outubro de 2009

Da parte que me cabe



Os pensamentos não me cabem mais
Atravessaram a Av. Conceição
Em alta velocidade,
Mendigaram aos estranhos que passavam:
-Piedade!

Os cacos já não colam mais
Espalharam-se pelo corredor
E não há cola que dê jeito

As teclas do computador e meu coração
Desbotaram na s pontas dos meus dedos
As letras estão decalcadas
Nos meus medos e defeitos,

Do que sobrou sobre a mesa da cozinha
Foram as picuinhas e o pão que embolorou,

O café esfriou, não uso garrafa térmica
Consumo tudo no calor dos momentos,

Alimento-me agora da fé de outrora
E de alguns fragmentos.

E dôo sem medida e previsão
Pois ainda me resta da vida um quinhão,

Quero a parte que me cabe neste vasto mundo.




Imagem:http://www.designup.pro.br/files/insp/thumb300x300/1250519367.jpg

domingo, 4 de outubro de 2009

Eu, cravo!




Eu cravo no peito de cada amigo
O emblema de hera
E são poucos que tem esse abrigo
Que me move e me gera,

Eu cravo os dentes na jugular
Do inimigo, e não sangra a olhos nus
Porque cravo sem nele tocar
Não me apetecem os urubus,

Eu cravo rosa no meu amanhecer,
Rego as sublimes almas que me acalentam
O meu doce escorre ao anoitecer,
E finco o coração nos que me desvendam

E amo. Sem peso, sem despedidas
Uma vez que em minhas veias
Só habitam almas benditas.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Luzia




Vestia uma imagem torta
A morosidade arrastava os passos
O corpo não sustentava os braços
Luzia um olhar de morta,

Não era a falta de abraços dormidos
Talvez a fuga dos outonos corroídos
Que seriam invernos de infernos,
De sorrisos guardados, caídos,

Dobrar a esquina uma vez mais
Era imagem vazia
Tanto faz?

O ultimo cigarro, fim do vício?
Jogar-se do terraço do primeiro edifício?
Arrebentar o desânimo na quina da porta
Ou sangrar sem pesar a aorta?

Luzia um olhar de morta,
Foi a primeira e derradeira vez
Que vi uma pálida tez que alucina
Dobrando sem rumo uma esquina.

Luzia?
A luz jazz.


Imagem: http://media.photobucket.com/image/ESQUINA%20E%20MULHER/Marota/mulher.jpg

Bonito



Se o que soa de ti me agrada aos ouvidos
Digo: - és Bonito além de o rude viver
Se o eco em mim te faz arder
Acredite Bonito, me dói saber - sou adido,

Meus conflitos vivem de expedientes:
Um dia sóbrios a galgar vertigens
Noutros - estridente ócio maldito.

O ranger de dentes não é pré- requisito.

Ouça – Bonito!
O que nunca pude dizer:

A vida voa
O desejo vil
A resignação vã,

E o que resta entre nós e outras manhãs
É letivo, Te faço saber.

Alterações ortográficas vãs
Verbo no infinitivo.
Ser.