domingo, 3 de março de 2013
Desolada-mente
O coração está penso
Castrei o que queres ouvir
Não ouvirás o que penso
Tampouco o que é porvir.
Mas veja o bom lado de tudo
O que era ardor ficou mudo
Arranhei as cordas vocais
Nas farpas dos teus varais
Não sei mais fazer poema
Estou farta de tanto esquema
Meus verbos embolorados
Num canto todos jogados
Esta noite rasguei as cartas
Não poupei as fotografias
Muito menos o relicário
E queimei o meu dicionário
Não há mais nada a temer
Das minhas palavras estranhas
Da minha saudade tamanha
Que pra sempre fiz morrer.
(foto de Ju freitas) fonte- Blogspot.com
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