domingo, 21 de setembro de 2008
Poesia demente
Minha poesia
é uma louca incendiária,
discípula de Nero
e Calígula, o insano,
mostra-se totalmente desnecessária
e embala a melodia do profano,
fode-se na folia
do seu imaginário,
em doçura, ardor e arrelia,
constante calvário,
corre quente o grafite
e o verbete na veia,
e num ricochete com o seu
serpenteia,
é transfusão, propagação
de um eu que me enleia.
Kuvundu
Henda! Misericórdia!
A água corre rubra
Permeando as mil colinas
A rua anda aos gritos,
Amanhecido desejo de paz,
Munhungu! vertigem!
E ferve a dois graus
do sul do equador
as lembranças sórdidas
marcadas pelo horror,
Mukondo! tristeza!
O lago kivu transborda
Pesadelos e nevralgia
Dos dias vermelhos
Entre tutsis e hutus,
Masoxi! lágrimas!
Sobreviventes do caos
Balbuciam compaixão
Pelos ventres de kigali,
Fetos contorcem o genocídio,
E clamam absolvição.
Ufolo! liberdade!
Ducionário Bantu:
Munhungu= vertigem Mukondo vertigem Masoxi= lágrimas Ufolo=liberdade
Henda = Misericórdia
Imagem: http://vozporextenso.blogspot.com/2008_02_01_archive.html
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