terça-feira, 21 de julho de 2009
Rebento de contradições
Não, não se apaixone
Eu tenho verdades guardadas
Nas encostas da Rodovia Washington Luiz,
Não, não me ame,
Eu riscaria seu corpo a giz,
Não me queira, eu trago
Vontades escondidas
Nos saltos dos sapatos,
E nos quadris,
Não, não me peça
O que não pode ser,
Não, não me obrigue a ter que dizer
Que não consegui,
Debati-me, joguei-me contra a parede
Fiz jejum, fiquei com sede, fingi.
Confesso, fiz igual o “poeta,”
Imitei a meretriz, desejei ser analfabeta
E nunca ter lido os seus “diários de motocicleta”.
Maria Júlia Pontes /
escultura de : Antônio Canova 1757-1822
Sem bússola
Bato teu mar,
Circundo todos continentes,
Exploro teus músculos e dentes
Até teu desejo me circundar,
E lambes-me o halo
Em ritmos diversos,
E degluto teu falo
No ritmo dos meus versos,
Assim me tens em doses
Aparentemente homeopáticas,
Em mil metamorfoses
E nenhuma didática,
Não existem livros didáticos
Para os desejos enredados.
Maria Júlia Pontes
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