domingo, 9 de outubro de 2011

Inversiva

Imagem : Gustav Klimt


Mas do que é feita minha loucura
Senão de doses gritantes
De vontades efêmeras
E minha brancura?

E se fosse de fissura
Pelo teu sêmen
Gotejando paredes
Que nunca temem
Exímias sedes?

E se por acaso fosse do emaranhado
De extintas redes que nunca deitaste
E cativo ficasse deslizando pernas e músculos
A procurar crepúsculos nunca sonhados
E se enroscasse em minha metátese?

domingo, 12 de junho de 2011

Acróstico em b sustenido quase perdido_______







Embaraço de línguas entornadas
Deliberados afagos nas madrugadas
Where have we been?
Atrasos e desencontros sem fim
Rupturas no passado
Dilema cumprido atrasado

Risadas, música e vinho
Incertezas de vidas em desalinho
Cumplicidade sem certeza alguma
Hora secreta se consuma
Além de cortinas e medos
Rubores entremeiam segredos
De amor que nasceu em vinhedos

Batiza-me com seu nome em Bê
Amortiza meus prantos aninhados
Término de dor que não vê
Te sinto tão leve chegando

Indícios de nós desejados
Suspiro regressos sonhados
Trazendo o amor sussurrando
Início de tempos passados.

domingo, 22 de maio de 2011

Súbito ______




Porque a escrita me vem como tornados,
Impulsos acirandados,
Entrecortada por palavras intuitivas
Contradizendo sensações assertivas,

Antigas imagens das praças
Manifestos escritos secretos
Bala na agulha da fala,
Valores circunspetos,
Verbo deitado em quiçaças
cantiga escorrendo na vala,


E me vem sem aviso nenhum
As cores pichadas nos muros
Andantes vivendo em jejum

Feridas corroendo os tecidos
Coração na boca esquecido
Furores de tempo e medida
Versando apetite de vida.

domingo, 24 de abril de 2011

Vergasta__




O que me circunda em noites assim; mudas
É meu grito sufocado , e chegam feito Judas
Essas noites de 30 moedas de prata
Ardendo a dor da chibata.

Irresoluto


Passo noites a velar sua repentina aparição
E de sonhos subitamente abreviados
vive a sonhar sem paciência o coração,
mantendo vontades e medos despertados,

agora o rio vai desaguar no mar
transbordando o pensamento
pro meu desejo o seu abarcar
vem! E livre-me do afogamento

Pois a demora da presença
Não sabe contar minutos
Não sabe somar descrença
Dos quereres irresolutos.