quarta-feira, 7 de julho de 2010

Sonhos mofados





Os meus sonhos
Mofaram na cesta
Do café de amanhã,

Minha boca calou-se
E o sorriso esvaneceu
Hoje, após o jantar,

O olhar sem lume
Vaga,

A doçura que ainda restava
Paga,

Não há precipício
Ou lugar propício
Para as mágoas,

Talvez se afoguem
No rio Tietê,

Eu, Marginal
Dos meus
Sonhos

Sangrarei com
Três cortes
De cada lado
Para que seus
Desejos
Fluam.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Do que não escrevi nos muros dos colégios




É a noite que revira
Sem escrúpulos o afã
Enroscado nos muros
Dos colégios no mês de julho,

É ainda noite
Quando arrepios
Em forma de titãs
Estremecem desejos régios,

Enquanto ladram os cães
Reviram vontades de apenas ser
Num sonhado alvorecer
A rosa de Guimarães.