Língua solta,
sem rodeios
indaga sem medo
a que veio?
Língua presa
cala seco
a dor das ruas
as mortes nos becos
Língua quente,
um ópio, um vício
transforma o prazer
em seu único ofício
Língua fria
profere nos palcos
o que não acredita,
Maldita!
Língua santa,
espalha o bálsamo
um doce alento
diluindo o tormento
Língua sua,
me lambe, entorpece
e num gozo frenético
meu corpo padece
Minha língua na sua, solta, meu corpo no seu, preso que nunca esfria, .eu sei não sou santa, então eu me rendo a sua língua vadia.
Maria Júlia Pontes
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