terça-feira, 7 de agosto de 2007

Amargo Outono


Apenas uma única mala compunha sua bagagem,
Maria, olhar de revolta, outono de fel, viagem sem volta,

abotoou o paletó, arrancado então aos prantos
com choro de fazer dó, encolhida no seu canto, amargou feito jiló,
só Deus sabe até quando,

do pai que brotou Maria, nasceu o macho que ele urgia
onde será que Maria vai, no segundo óbito do pai?

quem sabe Minas, Bahia, par ou ímpar? tire uma carta,
preocupação sem valia, vá pro raio que te parta!
(nunca teve serventia)

talvez sente-se na varanda e decida o vai-não-vai ensaiando uma ciranda,
afinal órfã já era e vivo estava o pai.



Maria júlia Pontes

2 comentários:

Doctor t. disse...

parabéns pelo Blog !

Majú ! cara ! tô ficando teu fã ! vc é capaz de dizer tudo sem se quer erguer a voz, sem se exaltar ! é um dom ! Tenho ído pouco no bar nesses dias ( falha que irei corregir semana que vem ), mas ppelo que lí seu, já me é suficiente ! vc é boa guria ! O bar tá te fazendo muito bem !!

Continue assim !

beijão !

Gabriela Gomes disse...

Mesmo pelo desgosto que dá ter gente viva que parece nem viver,
gostei do que li. Continuo desgostosa pelos vivos que mal vivem. Mas confesso: Maria sou eu, Maria sou eu também. =)

Ah! Te achei nos amigos do Rodrigo (Scalon). Voltarei mais vezes.

um abraço.