quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Poesia Viva ( meu Funeral)


Poesia Viva ( ou : Meu funeral)


Quando eu morrer,
não quero flores nem velas,
nem tampouco quero choro

[aqueles entoados em coro]
não quero!


entoem um samba , um rock , um chorinho ou bolero
[ assim espero]


quando eu finalmente partir,
envolvam meu corpo gelado
num lençol esverdeado
imaginem-me a sorrir


repousem-no numa cova rasa
coberta com a terra sagrada,
úmida, arada e fria,
sorvam uma doce sangria,


e nesse dia ainda...
espalhem sobre minha cova
escritos em verso e em prosa,
épicos, concretos, modernos,
[meus doces laços eternos]


então, algum tempo depois,
recolham meus restos em poesia
transformem em lataria
enfim... feliz serei


Eu, poesia enlatada em pó, [voltei].


Maria Júlia Pontes

2 comentários:

Zekk disse...

ô Mariazinha Jujú....comentar teus poemas é pretensão demais para um pobre fingidor de contos que nem eu....te admiro pacas, pois sabes brincar com os ritmos, as sonoridades e os léxicos...parabéns por tudo isso que és e crias. Beijo n´alma!!!

Zé...

Anônimo disse...

Por que nao:)