sábado, 8 de setembro de 2007

Estrangeira


A calmaria sempre vem
brincar no meu portão de ferro que range,
estranha, me deixa nos cantos,
uma falange de silêncios que tem lá seus encantos,

ela aparece do nada
não tem hora, nem dia,
toma-me num leve açoite,
transforma-me numa estranha arredia,

nossa relação é conturbada
ela sempre fica magoada,
o que posso fazer se ela finge
que sou afável, serena, estática esfinge,

sem nada a fazer ali parada,
devoro-a numa só talagada.

Maria Júlia Pontes

Nenhum comentário: