terça-feira, 27 de novembro de 2007

Quereres


Os meus quereres

ondulam alto

num planalto

de Zimbábue,


atravessam o Kariba

em pecados originais

que me inundam

com suas águas artificiais,


então versejo pecados abusivos,

que escorrem do seu corpo persuasivo

no meu, fricativo de branca louca

dourada pelo sol de Zimbábue


os meus quereres

são girafas rupestres,

são delírios correndo

atrás de foguetes

por todo globo terrestre.


Maria Júlia Pontes Imagem (Kariba- Zimbábue)

2 comentários:

medusa que costura insanidades disse...

oooooo Branca louca fico por aqui para dizer que sou tua eterna fã como pessoa e como escritora
te adoro
bjos da Rita

Klotz disse...

Ah, bruta flor do querer, ah, bruta flor, bruta flor

Onde queres o ato eu sou o espírito, e onde queres ternura eu sou tesão
Onde queres o livre decassílabo, e onde buscas o anjo eu sou mulher
Onde queres prazer sou o que dói, e onde queres tortura, mansidão
Onde queres o lar, revolução, e onde queres bandido eu sou o herói.

Julguei que você fosse viajar na canção do Caetano. Você foi muito mais longe, Emejota. Atravessou mares e florestas para chegar ao destino. Foi feliz. O poema ficou ótimo.